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User Rating: 9.5 | Xenoblade WII
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Produtora: Monolith Software
Lançado por: Nintendo
Plataformas: Wii
Gênero: RPG
Save Memory: 5 blocos
Jogadores: 1 jogador

Análise postada originalmente em: 14/07/2012

Às vezes sonhamos com coisas grandes, temos ideias magníficas, visões que sabemos que são poucos os que têm, mas às vezes dependemos dos outros pra trazer a público toda essa criatividade, e normalmente nem todo mundo nos conhece como nós mesmos, não sabendo de nosso verdadeiro potencial e limitando a liberdade de nossa capacidade.
Essa é a definição que eu aplicaria pra Tetsuya Takahashi, sem dúvida um dos produtores de games mais importantes do mundo, Takahashi deu seu primeiro vôo com Xenogears em 1998, um jogo extremamente ambicioso e constantemente lembrado pelos fãs como um dos melhores jogos de todos os tempos com uma das histórias mais impactantes já escritas, mas que devido a limitações de tempo e orçamento, teve seu potencial completo limitado, mas não de todo prejudicado. Buscando novos ares, Takahashi fundou com sua equipe um estúdio próprio que se tornou a menina dos olhos para os fãs de RPGs ao anunciarem seu primeiro projeto, pois mostrava a esperança de que uma nova série com excelente história, música, jogabilidade e gráficos estava por nascer, fazendo com que não tivéssemos que esperar tanto pelo lançamento de um novo Final Fantasy, até então, única série referência nesses aspectos.
Assim nasceu Xenosaga, um dos projetos de entretenimento mais ambiciosos de todos os tempos, porém dependente das vontades da Namco, atual Namco Bandai, que acabou cometendo grandes imbecilidades na tentativa de explorar comercialmente a série.
Os jogos decolaram e brilharam, mas tropeçaram, caíram e sofreram pra se manterem nos ares até sua brilhante despedida antecipada que foi como uma carta de amor e ouvidos pros anseios dos fãs por parte de Takahashi, mas cheia de limitações impostas por tempo e orçamento que barraram o potencial de toda a série.

Diante disso, muitos lamentaram e acreditaram que provavelmente não veríamos mais um grande jogo por parte de Takahashi e pra surpresa de muitos sua produtora ainda foi comprada pela Nintendo considerando a bela capacidade criativa da equipe em desenvolver jogos mais simples e a boa aceitação da série Baten Kaitos no GameCube, mas numa dessas situações completamente inesperadas da vida, eis que surge o primeiro projeto para o console Wii, Monado: The Beginning of the World, ainda com a esperança forçada de muitos fãs sobre o anúncio de um Xenosaga IV, mesmo que para o Wii.
Monado chamou pouca atenção e até por volta de seu lançamento em 2010 no ***ão, pouco havia sido divulgado sobre o jogo e no ocidente praticamente não existia expectativa a respeito. Mas em pouco tempo o alarde vindo do ***ão sobre a magnitude do jogo começou a ganhar o mundo pra revelar o que se tratava de nada mais nada menos que um dos jogos mais ambiciosos e tecnicamente bem feitos da década. Sim, Xenoblade já nasce com gráficos ultrapassados, mas é surpreendentemente bem feito a um nível que se espera de qualquer jogo que pretenda vender milhões de cópias e muito superior a jogos similares como Final Fantasy XII, XIII e a série Dragon Quest.

Após a Nintendo ocidental ter demonstrado desinteresse em lançar o jogo por aqui, alegando indiretamente que não havia mais interesse do ocidente por RPGs, até como reflexo da decadência de Final Fantasy e outras séries japonesas que brilharam até o começo dos anos 2000, fãs se reuniram e formaram numa situação histórica uma aliança conhecida como Operation Rainfall que fez barulho suficiente pra chamar a atenção dos poderosos da Nintendo ao ponto de demonstrar a insatisfação das pessoas pela possibilidade do jogo não ser lançado em inglês no ocidente e que levou por fim o jogo a ser lançado aqui e ganhar o seu lugar ao sol. O jogo até então chamado de Monado: The Beginning of the World mudou de nome e passou a se chamar Xenoblade Chronicles, segundo Takahashi, o termo Xeno é como se fosse um símbolo pra ele de seus jogos e a Nintendo como forma de honrá-lo decidiu fazer a troca, mas a verdade é que fica evidente no próprio jogo que a decisão foi puramente comercial, pois o que define de fato o game é o seu nome original.

Mas que jogo afinal é Xenoblade Chronicles? Um jogo bom, excelente, perfeito? Melhor que os anteriores? O resultado com base na minha opinião você confere agora! (:
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Enredo: 9
Uma das coisas que tornaram os Xenosagas e Xenogears tão fascinantes na mente de muitos foi a habilidade de misturar ficção com realidade em derivações que forçavam a mente a cogitar tais possibilidades no nosso próprio mundo, além de usar termos e expressões técnicas existentes, mas pouco conhecidas das pessoas no geral.
Xenoblade porém logo de cara apresenta uma ideia que parece se direcionar completamente para o universo da ficção, se passando em um mundo onde existe apenas o mar e dois colossais titãs, Bionis e Mechonis, ambos há muito tempo brigaram em uma batalha épica e sem fim até que em certo momento perderam suas forças com seus ferimentos e ambos caíram mortos de sua luta nascendo daí formas de vida que passam a habitar em seus corpos, basicamente Homs, semelhantes a seres humanos e Mechons, semelhantes a maquinas. A história do jogo parte daí e mostra um mundo onde parece haver a continuação do conflito de ambos, mas agora entre suas raças.

O problema do enredo de Xenoblade é que ele vai evoluindo muito lentamente em prol de abrilhantar sua jogabilidade, não, não se assuste se você jogou FFXII e ficou traumatizado com o ritmo entediante do jogo, em Xenoblade Takahashi não deixa isso acontecer e vai presentear a dedicação dos jogadores com momentos épicos e estimulantes, mas nunca equiparável aos grandes momentos de Xenosaga ou Xenogears. Falando neles, ambos tinham ligações fascinantes que os conectavam e estimulavam ainda mais a curiosidade e discussão dos jogadores, já Xenoblade é um jogo que do começou ao fim está completamente desconectado dos Xenos anteriores, porém, lá pelos 47 do segundo tempo, situações entram no enredo que criam uma possibilidade de ponte para a série Xenosaga, porém indiretamente, sem gerar grandes alardes.

Os personagens do jogo também são os que contêm menor destaque em relação a todos os games anteriores da marca Xeno, enquanto em Xenosaga tivemos em dado momento um vilão brilhante e equiparável aos clássicos Kefka, Sephiroth e Ocelot, Xenoblade tem uma certa dificuldade em definir um vilão que seja realmente considerável, os personagens também são meio apagados e pouco interessantes, todos eles possuem uma boa história e um bom sentido para aquilo que fazem ou buscam, mas sem o grande destaque emocional e apego dos Xenos anteriores.
Por fim nunca pensei que daria uma nota abaixo de 10 pro enredo de um Xeno, mas esse dia chegou. Inicialmente a história de Xenoblade parece tão light, que é como se fosse uma versão infantil dos Xenos anteriores, mas não se decepcione ou se deixe enganar, o enredo vai amadurecer constantemente e atingira maturidade ainda pela metade do jogo, evoluindo até o final e fazendo valer a pena, deixando evidentes as visões e questionamentos épicos de Takahashi sobre o sentido da vida, livre arbítrio, liberdade e por ai vai e entregando assim uma experiência absolutamente sólida e coerente pra com o universo do jogo.

Jogabilidade: 9
Se tem um jogo japonês que veio pra calar a boca de todos os pseudo-críticos que reclamam de haver muita cena e pouco jogo nos games orientais, esse jogo é Xenoblade.
Provavelmente nunca antes na história dos games um jogo single-player offline foi tão vasto como Xenoblade Chronicles. Todos os cenários do jogo não são grandes, nem muito grandes, eles são imensos, extremamente vastos a ponto de passar a sensação de que parecem sem fim sendo totalmente open world. Diante disso, o grande foco de Xenoblade está na exploração, é descobrir o que há de interessante pra ser descoberto nesse mundo enorme e que fará passar pelos seus olhos muitas localizações interessantes e diferenciadas ao longo de sua viagem pelo corpo de Bionis.

O sistema de batalha do jogo é em tempo real, mas trazendo alguns elementos estratégicos da clássica jogabilidade por turnos, sendo possível ver os inimigos e a natureza se movimentando pelos cenários e fica a seu critério se vai enfrentá-los ou não, porém se eles forem muito mais fortes que você, é possível que saiam correndo atrás caso você passe por perto, daí o melhor é correr bastante ou se tiver muito peito, enfrentá-los.
Esse sistema lembra bastante Final Fantasy XII, mas sem cometer a maioria dos erros que FFXII cometeu. Aqui os personagens atacam sozinhos também, mas essa é apenas uma das formas de ataque e que nunca vai definir uma batalha, você tem que equipar suas artes e selecioná-las de forma eficiente pra derrotá-los enquanto vai controlando o personagem em volta dos inimigos sendo que cada personagem possui suas próprias habilidades. O jogo não utiliza nenhuma opção especial do Wii Remote e também não possui a opção de vibração, sendo que notavelmente parece ter sido desenvolvido pensando no Classic Control e convertido pra uso com o Wii Remote também.

Porém nem só de elogios desfruta a jogabilidade de Xenoblade. Sem dúvida é o seu carro chefe, mas algumas coisas ajudaram a tornar o jogo aborrecente em alguns momentos.
Primeiro o desenvolvimento dos personagens é complicado inicialmente, o jogo não para de apresentar novas e novas formas de como se deve jogar pra evoluir e o excesso de tutoriais pode ficar um pouco cansativo e frustrante, o sistema de batalha também empolga por ser bem rápido, mas decepciona em alguns momentos já que a bagunça na tela fica tanta que não percebemos o que o personagem está fazendo, apenas nos preocupamos em selecionar uma opção qualquer de ataque. Cada personagem possui seis tipos de equipamentos diferentes e ainda é possível equipar de uma a três joias neles que acrescentam poderes e que você mesmo as produz fazendo misturas com pedras preciosas, o problema é que cada vez que é necessária fazer a troca desses equipamentos por novos isso acaba tomando muito tempo de jogo e pode ser uma experiência não tão divertida depois de algum tempo, além disso existem as artes que são opções do menu de batalha e as skills que dão habilidades variadas para os personagens e devem ser administradas de tempos em tempos na busca de conseguir um melhor aproveitamento, mas que às vezes pode tomar mais de uma hora no processo de comprar e equipar as novidades em todos.

A vastidão extrema dos cenários às vezes pode ser desestimulante também, o jogo possui poucas cidades, as que possui são vastas como todo o resto do jogo, as dungeons são apenas pontos de passagem, normalmente conectando uma região a outra e sem objetivos realmente interessantes que acrescentem algo bacana a jogabilidade.
Porém a pior coisa do jogo são as quests. As quests são objetivos dados pelos NPCs e que normalmente consistem em derrotar um certo número de inimigos específicos, ou conseguir uma certa quantidade de itens deixada por outros, ou derrotar os sub-chefes espalhados pelos cenários. Inicialmente é muito bacana fazer as quests, mas com o tempo elas se tornam muito repetitivas e sofrem poucas variações, porém o que torna mais chato é que elas parecem infinitas, os personagens secundários sempre estão com alguma quest nova e o resultado é que isso pode te afastar da história, tornando o jogo desestimulante e te desligando dele, por isso minha recomendação é que não aja anseio em fazer todas as quests, faça as que forem possíveis, de preferência as que estiverem pelo caminho pra ganhar dinheiro e experiência, além claro das obrigatórias e se esta começando a ficar muito tempo sem seguir em frente no jogo, esqueça-as e siga em frente que valerá muito mais a pena.

O jogo também mesmo sendo tão vasto, não possui nenhum carro, avião, Chocobo like que dê pra controlar, sendo tudo percorrido a pé. Talvez isso ajude na sensação de imensidão do jogo, mas há momentos que acaba cansando. Pra voltar pra regiões anteriores é muito simples, basta selecionar no mapa o local que deseja ir e o personagem volta pra lá automaticamente num instante. O jogo também quase não possui loadings, sendo que eles só ocorrem quando há a passagem de uma região pra outra, você também possui liberdade pra salvar o game praticamente a qualquer momento.
Ainda sobre o sistema de batalha, você controla apenas um personagem a sua escolha, os demais são controlados automaticamente, mas podem ocorrer interações durante a batalha que permitem você controlá-los por algum momento. Eventualmente podem ocorrer ângulos ruins de câmera que atrapalham durante a batalha, mas você tem liberdade pra ajustá-la da forma que quiser durante todo o jogo além de movimentar o próprio personagem pra um local melhor ou dar ordens de movimento ou ação para os demais.

No game também existem os Heart-to-Hearts que são locais onde é possível ver trechos especiais da história entre dois personagens caso eles estejam em um bom nível de afinidade um com o outro, o problema é que é outro pé no saco evoluir essa questão da afinidade e pode acabar sendo desestimulante tentar ver todos os Heart-to-Hearts do jogo. Você também pode evoluir a afinidade com NPCs apenas conversando com eles e gerando links de relacionamento, isso pode ser útil pra trocar equipamentos ou itens seus por coisas melhores que eles venham a oferecer de acordo com a afinidade, mas não deixa de ser chato também depois de algum tempo porquê atrapalha sua evolução dentro da história principal.
O jogo ainda oferece achievements, ou seja, "medalhas" por atitudes tomadas, descobertas ou feitos conquistados entre seus personagens, mas não é nada realmente relevante e tem também os collectables, uma opção legal onde você registra todos os itens interessantes que achou na área desde frutas até coisas estranhas e ao conseguir todos de um tipo e todos de uma área você ganha excelentes tesouros.

A aventura também possui dia, noite e mudanças climáticas e pelo menos no que diz respeito ao diurno e noturno, você pode alternar entre ambos a qualquer momento selecionando a hora desejada no relógio, isso pode influenciar principalmente nos tipos de inimigos que estarão presentes pelo cenário.
Mesmo com problemas, se existe um motivo pra chamarmos Xenoblade de épico, acima de todos os outros esse motivo está na sua jogabilidade em seu mundo vasto e cheio de opções, mesmo com seus defeitos lhe manterá jogando com satisfação por mais de 100 horas de jogo, aliais a duração de jogo pode também ser um outro problema para as pessoas cada vez mais ocupadas hoje em dia encararem até o final, mas na dúvida, siga em frente e deixe as quests de lado!
Tecnicamente Xenoblade é muito impressionante e praticamente sem bugs na jogabilidade com exceção de um bug infantil que ocorre ao escalar paredes fazendo os demais personagens aparecerem em cima de você ou do lado, algo realmente espantoso que tenha terminado assim diante da qualidade técnica de todo o jogo, mas que não atrapalha em momento algum.

Gráficos: 8.5
Em termos de gráficos, Xenoblade se torna vitima de um grande paradoxo. Por um lado artisticamente ele é bastante relevante, mas não supera os Xenos anteriores e a aparência gráfica do jogo parece pior do que dos jogos top do PS2 incluindo os Xenosagas, porém por outro lado é tecnicamente tão impressionante que talvez não exista se quer jogos entre PS3 e X-360 que consigam ser tão bem feitos com os gráficos que possuem mantendo tão enorme vastidão e estabilidade visual. A maior parte dos cenários são cobertos por vasta grama que ajudam a manter um visual belo pro jogo e as variações entre dia e noite, sol e chuva ajudam a encantar os olhos em muitos momentos. O jogo na maior parte do tempo roda em frame rate alto e estável, mas quando ocorrem batalhas em que você acaba atraindo muitos inimigos do cenário pra um local só e emite muitos poderes com efeitos isso pode provocar um pouco de slowdown, mas que não chega a impactar relevantemente na jogabilidade.

As texturas do jogo são bastante variantes, algumas bem feitas outras muito pobres, principalmente em locais mais afastados e isolados, os personagens não possuem tantos polígonos o que impacta na qualidade visual, mas possuem o ponto forte de que todos os seus seis equipamentos, cada um possui um visual diferente quando você os troca, isso provoca variações muito grandes na aparência dos personagens e podem ser vistas também em todas as cenas do jogo que por sinal são todas em tempo real. Esse aspecto aliais foi uma decisão que não me agradou muito em Xenoblade, alguns momentos do jogo definitivamente tinham que ser em CG, mas a obsessão dos produtores atualmente em fazer tudo em tempo real pra mostrar do que são capazes e também pra economizar dinheiro deixaram algumas cenas como a própria abertura que possuem um potencial visual incrível, um tanto decepcionantes graficamente, mas há momentos no jogo graficamente valiosos também.
Mais um problema do jogo foi a ideia de inserir uma widescreen constante, em tvs abaixo de 40 polegadas Xenoblade parece que fica prensado na tela e as próprias letras do jogo ficam difíceis de ler, uma solução razoável que recomendo é você usar a opção zoom de seu televisor caso ele possua, vai ajudar a minimizar o problema e sem causar grande impacto na qualidade da imagem.
Por fim, Xenoblade graficamente é um jogo bastante competente e satisfatório, o destaque visual de seus gráficos fica mais para as partes finais, mas não deixa de satisfazer em sua maior parte com uma excelente qualidade técnica e artística.

Musica, Som, Vozes: 8.5
Talvez uma das maiores surpresas seguidas por dozes de decepção encontra-se o quesito musical do jogo. Xenoblade começa nos brindando aos poucos com excelentes faixas que se ambientam com maestria aos cenários e estimulam de forma muito prazerosa as primeiras 20, 25 horas de jogo, mas depois o jogo perde o ritmo e começa a apresentar faixas com melodias manjadas, tediosas e clichês criando um estranho contraste ao que o jogo prometia inicialmente. Na verdade tais faixas nem chegam a serem ruins, elas até são agraveis por um tempinho, mas não conseguem se ambientar aos cenários e ao ritmo do jogo que exige melodias cada vez mais contagiantes. Algumas músicas também ficam muito fixadas na sonoridade da música clássica perdendo a diversidade melódica e rítmica do começo e o que normalmente tocaria a noite, toca de dia e de noite toca algo mais lento e sonolento ainda.

Aliais, esse é um aspecto muito admirável inicialmente em Xenoblade, o jogo possui duas músicas diferentes para seus cenários entre dia e noite com exceção das dungeons e uma soa melhor do que a outra ao menos nas partes iniciais do jogo. Mais pra frente o jogo ainda encontra-se com algumas boas melodias entre tumbas e intrigas, dungeon final e as batalhas finais que também possuem músicas interessantes, além das batalhas normais que possuem várias músicas de acordo com a periculosidade do inimigo, mas por fim, colocando as comparações na mesa, Xenoblade é decente em sua trilha sonora, mas decepcionante principalmente quando consideramos que foram nada mais nada menos que quatro compositores na trilha sonora do jogo (Yoko Shimomura, ACE+, Manami Kiyota e Yasunori Mitsuda) sendo dois reconhecidos como tops e que deixaram a desejar em comparação aos Xenos anteriores no trabalho solo que foi feito inicialmente por Yasunori Mitsuda e depois por Yuki Kajiura. Minha faixa preferida do jogo é Gaur Plains - Night, som maravilhoso e que se ambienta perfeitamente ao ambiente de mundo primitivo, noturno e cheio de mistérios a se explorar, por quê depois dessa não tivemos mais faixas assim?!

Em termos de vozes, Xenoblade também brilha menos que Xenosaga, mas faz um trabalho competente e interessante na maior parte do tempo, apesar de que parte das vozes e dos diálogos provavelmente vão se tornar esquecíveis em pouco tempo.
O que alguns fãs do gênero vão gostar muito é que o jogo oferece a opção de se ouvir a voz original em japonês e pode ser trocada a qualquer momento durante o jogo, todas as cenas são legendadas também, mas apenas em inglês, quanto aos efeitos sonoros, não há nada muito especial, considerável ou relevante ao longo do jogo, é apenas satisfatório, o jogo vem apenas com a opção de estéreo de fabrica e não há outras opções pra selecionar.

Replay: 9
Replay é um quesito difícil de avaliar em Xenoblade. Eu gastei 127 horas e 7 minutos de jogo, o jogo mais longo que joguei na minha vida e que nunca se sabe ao certo o quanto estamos distantes do final, logo como rejogar algo tão demorado assim, especialmente considerando que ainda faltou eu fazer algumas quests repetitivas e encontrar algumas armas secretas, abrir todos os Heart-to-Hearts, abrir alguns locais secretos que existem em alguns cenários, localizar mais alguns collectables que faltaram, achar os últimos livros de algumas artes dos personagens e ajudar na reconstrução completa de um local, enfim, ainda ficou coisas pra eu fazer no jogo que talvez me consumam de 20 a 40 horas, ou seja, é muita coisa! A história de Xenoblade vale a pena, mas não tanto como RPGs do passado, o mesmo vale pra música e os momentos épicos de algumas cenas, mesmo assim a experiência é incrível e única, é quase impossível dizer que eu e todos que jogarem não vão sentir saudades desse jogo, pra quem quiser recomeçar o game após terminar, o jogo te da a opção de trazer 30 de cada um de seus tipos de equipamentos, 60 de seus itens, além de todas as joias e artes conquistadas, mantendo também os seus leveis alcançados, ou seja, terminar uma segunda vez deverá consumir talvez umas 70, 90 horas e conseguindo bem mais coisas não conseguidas anteriormente, é jogo pra um ano inteiro!

Notas:
Enredo: 9
Jogabilidade: 9
Gráficos: 8.5
Som: 8.5
Replay: 9

Média técnica final: 8,8
Nota pela experiência de jogo: 9,5

Prós:
- Um dos mundos mais vastos já criados em um jogo single player.
- Muito envolvente, é fácil passar mais de 10 horas jogando sem se cansar.
- Jogabilidade tecnicamente muito bem produzida e cheia de elementos que se completam.
- Enredo competente que amadurece junto com todo o universo do jogo e inova em alguns aspectos.
- Enormes variações visuais entre os cenários, alguns muito impressionantes.
- Enorme variedade de equipamentos e que muda particularmente o visual de cada um dos personagens.
- Poucos e rápidos loadings.
- Nenhuma cena foi censurada como aconteceu anteriormente entre os Xenosagas!
- Vale a pena comprar o Wii apenas por esse jogo.

Contras:
- Jogo extremamente longo e sem tantos acontecimentos compatíveis com sua duração.
- Excesso de quests opcionais, sendo muitas repetitivas.
- Arts da Monado são na maioria inúteis.
- Widescreen embutida no jogo prejudica a experiência gráfica em tvs abaixo de 40 polegadas.
- Ver o futuro é legal, mas se torna aborrecente quando atrapalha o ritmo do combate.
- Trilha sonora começa incrível, mas segue de forma mediana.
- Não tem outras formas de movimento além de andar.
- Pode ser muito demorado comprar e equipar equipamentos, joias, artes e skills.
- Limitações de espaço no inventário podem encher o saco às vezes.
- O enredo evolui muito lentamente até a metade do jogo.
- Muita vastidão e pouca variação de objetivos pode assustar e desanimar em alguns momentos.
- Save possui espaço apenas pra três gravações diferentes.
- Sem vibração no controle, nem a utilização de qualquer função do Wii Remote.
- Apesar da magnitude da jogabilidade, não foi lançado um guide book oficial.

Considerações Finais:
Quem vai amar Xenoblade?
Antes de mais nada, não se espante pela quantidade de contras! Apesar de haver defeitos, Xenoblade nos passa uma experiência de jogo tão única, "inovadora" e especial que é muito fácil imaginar que haverá aqueles que vão passar a amar o jogo após terminá-lo por tantas horas interessantes na exploração de algo com um conceito tão diferente dentre os RPGs japoneses. Dos que poderão amar, mais ou menos nessa ordem eu destaco fãs de Shadow of the Colossus, fãs de Dragon Quest, fãs de Kingdom Hearts, fãs de qualquer Final Fantasy da série, fãs de jogos open world, fãs de God of War, fãs de Xenosaga, fãs da série Chrono e claro, fãs de RPGs!
Reúnam-se vocês todos e corram para o abraço, Xenoblade é um jogo que foi feito pra todos vocês, pensando em vocês e de uma mente que certamente ama mais a arte e seus riscos do que o dinheiro. Xenoblade é o melhor RPG japonês da geração e o mais bem feito e inovador desde Final Fantasy X, um jogo 5 estrelas e que merece e deve ser fruto de milhões de cópias vendidas, apesar de que lamentavelmente isso não acontecerá, pois vivemos hoje num mundo onde a internet tem tanta informação, mas quase ninguém tem cabeça pra se atentar a parte valiosa dela e descobrir porquê esse jogo é muito mais valioso do que FFs, DQs, mini games lixos como Wii Sports entre outros que ainda vendem milhões por ai graças ao marketing ou tradição, mas tem entregado experiências de jogos cada vez piores e a desejar.

Se você se questiona se vale à pena comprar o Wii apenas por esse jogo, sorria, vale a pena sim, é um jogo que eu nunca esperaria encontrar no Wii, mas aqui está ele, apesar do Wii também ter algumas outras joias a serem experimentadas, Xenoblade provavelmente é o melhor e mais bem feito jogo do console.
Por fim considero um erro chamar Xenoblade de uma evolução dos RPGs antigos. O estilo por turnos, world maps e todos os elementos que fizeram magia nos RPGs antigos ainda permanecem valiosos nos dias de hoje, Xenoblade é apenas um RPG com outro estilo de jogo, outra visão, outra forma de apresentar uma experiência e que será relembrado, mas é uma imbecilidade a posição daqueles que chamam esse jogo de uma evolução do que experimentamos antigamente, definitivamente não é, não é melhor, nem pior, é apenas diferente, sem dúvida, especial. Aproveitem, pois com o mercado que temos atualmente, não sabemos se teremos outro desses, ou mais difícil ainda, dos antigos novamente pra experimentar e viver, afinal, é isso que marca o símbolo de todo grande RPG na vida de quem o experimenta, viver!